Mova teus passos, dispersos,
além da linha pontilhada.
E venha até mim, descalço,
com a flor moldada a mão.
De papel forma de flor
me conceda um buquê,
que o farei eternizar
nas horas que me bastam tanto.
Mova teus olhos ao norte
mova à mim,
mova-me.
Rasgue de minha pele a peça fina
e aqueça o frio por entre as mãos.
Pela janela podemos ver
o tempo vindo e indo...
Fora dela uniremos as mãos
e dançaremos cantigas de rodas.
Roda, gira e vira-me do avesso:
revele o teus lados, todos.
Distraia os teus passos, hoje.
E pelo caminho...
teus rastros coma.
Descarregue o aparelho do tempo
e apague a certeza do fim.