Quantas palavras...
Vivas, inexatas,
encontram-se no espaço
De uma linha qualquer?
Quanto silêncio...
Que há em um momento,
para o barulho do vento
poder recriar?
Quantos olhares...
Cabem no corpo,
e dizem, no entanto
bem mais que o falar?
Quanta surdez...
Há no corpo presente,
quando os olhos se fecham
para o mundo inspirar!
Quantos pensamentos...
Trocam-se, cruzam-se,
nesse mundo gigante
que conseguimos criar?
E a inspiração?
Como se conta
o quanto se cabe
em entrelinhas
de um pensamento?