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Vazio

Eu posso.
Eu disfarço a face do tédio
Eu refaço na boca a palavra
 – que não sai.
A palavra.
Mastigada no silêncio reclama
ainda o tempo de contar vazios.

Eu espero
no disfarçe do tédio, o tempo.
Pra colher do silêncio da alma
o silêncio da causa
e remendar vazios.

Eu vazio.
No remendo refaço o tédio
e no espaço de tempo espero
uma palavra pra assassinar
silêncios.




ana tereza barboza

ana tereza barboza
Grafito y bordado en tela. 130 x 102 cm (2011)