Eu posso.
Eu disfarço a face do tédio
Eu refaço na boca a palavra
– que não sai.
A palavra.
Mastigada no silêncio reclama
ainda o tempo de contar vazios.
Eu espero
no disfarçe do tédio, o tempo.
Pra colher do silêncio da alma
o silêncio da causa
e remendar vazios.
Eu vazio.
No remendo refaço o tédio
e no espaço de tempo espero
uma palavra pra assassinar
silêncios.