Na catraca se atraca a massa -
corpos, mãos, pernas, traças -
se destrava a trava
e estancada passa
a vida em um tempo só.
Levada no laço ludibriada,
a calma na alma não encontra lugar
e lá no espaço do aperto do peito
cansaço sussurra : - fuga pra já.
Fuga pr'o mar do lar na cama
ou na praça colher na dança
das folhas as outras
danças
do tempo par pra respirar.
Mas do rodar da catraca parte
pra locomotiva de ferro e carne,
corpo de gente que invade e parte
pra outra margem do mar de lá.
Mar de gente sempre mais.
Gente demais é mar.
De mais gente o mar se faz.
Desfaz gente, refaz mar.