O ar que vem de lá do cais
refaz lembranças nos varais
tão leve trás pelos quintais
o desfiar da velha infância.
O vento em curva faz ciranda
sob os beirais de minha memória,
e vem de outrora aquela dança
do tempo brando sem demora.
Brando encanto da corda que roda
que por hora não cessa o rodar,
como a bola que no campo volta
e vai e rola sobre a luz do luar.
O ar que vem de lá me trás,
mas vai e volta de onde veio.
E me deixa o tempo - esse sem freio
a me fabricar pósteras lembranças