Ontem era maio,
hoje já não faz frio.
Do lado de fora
me perco na velocidade dos passos.
Um sol aparece
e a vida sorri por dentro.
Um sorriso largo de pavor
de não ter como voltar ao tempo.
Que tempo é esse que não nos permite sentir?
- Sua carroça de oferendas passa.
Propagandeia o presente para depois partir?
Janeiro se foi,
já não faz calor.
Faz frio que agride
os pés e as mãos
- Ah! Se não fosse o amor...
já seríamos deserto.
Secaríamos, ao certo,
por esperas pluviais
em um céu de lona azul.