Não me fale do amor.
Aquele que deixou suas vestes brancas e vestiu a farda
e tem um gatilho frio, que agora amarga, no peito da juventude orfã.
Não exemplifique a mim a cor vermelha pelo sangue na calçada. Não.
Não me mostre a manchete que meu bairro agora elege: não é praça inaugurada, menino promissor, jogador de futebol, estádio ou estação de trem. Nada.
A notícia é quente e não é da tarde de sol nem do amor pungente.
É quente como sangue, prematuro e derramado pelas rua que passei, um dia sorrindo.
É do menino do meu bairro, vizinho e não visto, que melhor seria anônimo, do que notícia regional.
Há quem chora e há quem cala nesse dia (in)comum,
algumas faces emudecem enquanto outras fazem a prece:
...
(Só não chamem a polícia do metal que brilha e fere).